Quem sou eu

Minha foto
Uma pessoa do bem que, apesar dos erros e acertos, ainda quer dar o melhor de si. Somos passíveis de errar mas, perssigo um ideal sincero: o de poder, a cada momento, aprimorar um pouco mais a essência de minh'alma Tento fazer e dar o melhor de mim a cada oportunidade que a vida oferece...Assim, acredito que, por menor que seja cada contribuição para com meus próximos, para com a humanidade e para com o planeta, sentir-me-ei cada vez mais feliz. Sou membro e discípula da Nova Acróple - Filial Belém - no curso de Filosofia À Maneira Clássica,uma das fontes para minha realização,harmonia e felicidade dentro deste maravilhoso UNIVERSO.

sábado, 30 de abril de 2011

Quem Pode Sondar-Te Ó Deus?



“Por mais altos que sejam os voos do pensamento, Deus está ainda para além.
Se compreendeste, não é Deus.
Se imaginaste compreender, compreendeste não Deus, mas apenas uma representação de Deus.
Se tens a impressão de tê-lo quase compreendido, então foste enganado por tua própria reflexão”.
 
- Santo Agostinho -

" Era Uma Vez O Amor..."

«Salvou os outros e não conseguiu salvar-Se a Si mesmo», comentava-se junto Daquele crucificado, sem perceber nada da sua história.
Na verdade, a história mais simples do mundo, mas por vezes complicamos tanto a simplicidade do mundo! Comprometemos a transparência da vida com o nosso excesso de razões!

No entanto, aquela história, a de Jesus, conta-se assim: «Era uma vez o Amor...». O amor, essa entrega de nós para lá do cálculo e da retenção, a ponto de não conseguirmos viver para nós próprios.O amor, essa descoberta de que ou nos salvamos com os outros (porque aceitamos o risco de viver para os outros) ou gastamos inutilmente o nosso tesouro.
O que se comentava junto da cruz, naquele dia, não era um insulto, mas o maior dos elogios feitos a Jesus.
Compreender isso é, de alguma maneira, acolher o sentido verdadeiro da Páscoa.

- José Tolentino Mendonça -

Deus


 
Quando, bastante imprudentemente, falo de Deus, falo apenas deste lado da vida em que estou, e mais precisamente de uma parte desta vida, que está abandonada e se assemelha a uma arrecadação de ferramentas ao fundo de um jardim...
Embora não saiba nada dele, é-me impossível fazer como se não tivesse nada a ver com os nossos dias mais banais. Esses dias são livros e esses livros são escritos por Ele.
Rosto, dor e bondade são as páginas mais ricamente iluminadas, tal como roseira, pardal e primavera.
Não sei o que mais impede os homens de ler: se a avidez, se a falta de atenção.
A avidez nasce da sua falta de atenção. Quando olhamos apressadamente para uma coisa bela - e todas as coisas vivas são belas porque trazem em si o segredo do seu próximo desaparecimento - apetece-nos guardá-la para nós.

 
Quando a contemplamos com o vagar que merece, que requer e que, por um instante, a protege do seu fim, então ilumina-se e já não temos vontade de a possuir: a gratidão é o único sentimento que responde a essa luz que entra em nós...
Contemplar sem possuir e mesmo sem compreender. Os pardais desafiam-nos a isso com os seus cantos.
Há sob a minha janela, nos inúmeros braços da tília, uma multidão de Bach e de Schubert cujas obras não escritas me instruem sobre o que Deus é do lado da vida em que eu estou.
Para conhecer o outro lado, terei um dia de afastar a cortina do meu sangue que me impede de ver.»

 
Christian Bobin, em "Ressuscitar"

 

Uma História Sobre O Céu E O Inferno


Deus, numa atitude incomum, convidou um Pastor e um Padre para conhecer o céu e o inferno. Ao abrirem a porta do inferno, viram centenas de pessoas sentadas à volta de uma mesa enorme. No centro da mesa, viam-se os manjares mais requintados que qualquer pessoa poderia imaginar e, embora todos tivessem uma colher para chegar ao prato central, estavam mortos de fome! O problema era que as colheres tinham o dobro do comprimento dos seus braços e estavam presas às suas mãos. Assim, todos podiam servir-se, mas ninguém conseguia levar a comida à boca. A situação era deveras desesperada e ouviam-se gritos de dor e sofrimento. Entraram numa sala idêntica à primeira, onde se depararam com o mesmo cenário; as pessoas em volta e, para surpresa dos dois, as mesmas colheres de cabo comprido, que alcançavam o prato central, mas não podiam alcançar a boca. Mas a grande diferença é que todos estavam saciados. O pastor e o padre se questionaram? - Eu não compreendo - disse o padre- por que aqui as pessoas estão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual, inclusive as colheres com cabos compridos? - Sim, como isso é possível? - completou o pastor. Deus sorriu e respondeu:- Ainda não compreenderam? Aqui, no céu, ninguém morre de fome, porque os meus servos aprenderam a dar comida uns aos outros.

- Paulo Costa -

Oração De Gandhi

"Senhor, ajuda-me a dizer a verdade
diante dos fortes e a não dizer mentiras para
ganhar o aplauso dos fracos.
Se me dás fortuna, não me tires a razão.
Se me dás sucesso, não me tires a humildade.
Se me dás humildade, não me tires a dignidade.
Ajuda-me a enxergar o outro lado da moeda.
Não me deixes acusar o outro
por traição aos demais, apenas por não pensar igual a mim.
Ensina-me a amar os outros como a mim mesmo.
Não deixes que me torne orgulhoso, se triunfo;
nem cair em desespero se fracasso.
Mas recorda-me que o fracasso
é a experiência que precede o triunfo.
Ensina-me que perdoar é um sinal de grandeza
e que a vingança é um sinal de baixeza.
Se não me deres o êxito,
dá-me forças para aprender com o fracasso.
Se eu ofender as pessoas,
dá-me coragem para desculpar-me.
E se as pessoas me ofenderem,
dá-me grandeza para perdoar-lhes.
Senhor, se eu me esquecer de Ti,
nunca Te esqueças de mim."

(in, Voz Portucalense, 12 Setembro)

O Ressuscitado


«O Ressuscitado pede-nos para renascer, todos os dias,
para nos distanciarmos do nosso pequeno e prepotente eu,
para fazermos viver em nós um Tu maior,
para morrermos para os nossos apegos, as nossas certezas,
para darmos lugar ao deserto e esperarmos pela chuva.
Pela água que desce do céu e faz florescer até a areia.»
 
Suzana Tamaro, em "O Fogo E O Vento"

Apego

Para mim não existe dúvida e repito, para que fique registrado em sua mente, que teremos que vivenciar, vida após vida, todos os signos do Zodíaco.
É óbvio, por questões de manipulação, que a maioria das religiões nega esta verdade de maneira peremptória. O que seria delas se nós aprendêssemos a cuidar de nós mesmos?
Com esta verdade -a de passarmos por todo o zodíaco-, incluída entre as demais, suas várias dúvidas começam a ficar esclarecidas de forma cristalina e deixamos de ser robôs em várias situações, onde antes acreditávamos que fora mera coincidência quando a pessoa chegava logo após pensarmos nela, ou quando algo que muito queríamos se realizara. E assim por diante. Ou você acha que as desigualdades se dão por um simples acaso?
De qualquer forma, religiões à parte, cabe a cada de um de nós escolher o que aceita como verdadeiro, ou não, para a nossa jornada atual. Não há como impor. Não há como sugerir. As pessoas simplesmente crêem naquilo que estão preparadas para acreditar e cada um tem a sua forma e jeito de ser.
Uma coisa é certa: queremos sempre permanecer em nossa zona de conforto e pensamos que nela se encontram todas as respostas. Ledo engano.
Eu aceito e defendo que passaremos por todos os signos. Isso me permite ver a vida de uma maneira muito clara e entender todas as diferenças que nela existem. Somos e sempre seremos um planeta de desigualdades. É assim que se expurgam os karmas. Hoje sou branco, por exemplo. Se tiver atitudes racistas, amanhã, em outra vida, fatalmente meu corpo será amarelo, pardo, índio ou negro. Tudo vai depender de como me comporto agora e quais eventuais karmas estarei criando nesta vida, de acordo com meus julgamentos e minha postura contra este ou aquele ser humano.
A essência não tem cor.
Tudo na vida é Causa e Efeito. Ninguém precisa ser protegido de nada. Na realidade, temos que nos superar. Esta é a lei da vida e do Universo. Ele está em constante MUTAÇÃO.
Como me referi acima, em cada signo aprenderemos como conviver com algumas posturas e vícios comportamentais. O libriano (eu sou libriano) precisa aprender a ser equilibrado. O Libriano é um ser humano que tende a ser muito extremista. Quando ama, confunde este sentimento com paixão. Quando não gosta, confunde com repulsa e assim por diante. O libriano precisa aprender a se dominar. Este é o meu atual desafio. Domínio do meu Eu atual pelo eterno EU.
Não é por acaso que o Canceriano é tão sensível. Ele precisa aprender a ser forte. O Leonino vem aprender a servir e a não ser um serviçal. O geminiano tem o desafio de decidir e não ficar pensando em hipóteses...
No entanto, em cada uma de nossas vidas há um sentimento que nos acompanha: o APEGO.
Cada signo mostra esta característica com maior ou menor intensidade, mas invariavelmente ele está ali, atuante e forte... e como se sofre com ele quando não temos consciência de como se deve amar! As pessoas são como são e não como gostaríamos que fossem.
Nós nos apegamos às pessoas, aos animais, aos objetos, mas muito pouco conosco mesmos. Nós não somos consequência de algo, ou de alguém. Somos causa e efeito de nós mesmos. É conosco que deve permanecer o maior Apego.
Sou contra as religiões porque elas fazem de tudo para que sejamos reféns delas e de suas idéias manipuladoras, controladoras e financeiras. Quem consegue, desta forma, aprender a ter iniciativa e efetivamente chegar a se superar?
Em um texto que escrevi sobre saudade, associei-a ao apego. Meu Mestre, sempre que me descuido neste sentido, mostra-me que estou apegado. Isso é coisa muito humana, ele me diz. Mas gera sofrimento. O efeito do Apego é o sofrimento.
Uma amiga me enviou um e-mail recentemente fazendo referência a uma frase que escrevi em seu diário: Cada um de nós é um ser divino em formação, portanto, cada um tem o seu vento...
E ela acrescentou: Quando enfrento uma notícia triste com pessoa da família, do meu coração - meu filho... Ah! Como eu queria que esse vento fosse diferente...
Na realidade, tudo o que nos acontece em uma vida é um teste. O que mais se repete é o que mais temos que aprender. Devemos tirar lições de tudo e em tudo.
Apego é algo forte, mas tão forte, repito, que ele se faz presente em cada uma de nossas vidas.
Aprender a conviver com ele é o mesmo que precisamos assimilar com relação ao dinheiro. Existem regras que sempre estarão presentes em uma vida.
Apego e dinheiro são os nossos companheiros inseparáveis em nossa evolução e em cada uma de nossas vidas.
Não podemos e não devemos ser reféns do apego. Sei que é fácil escrever, falar e eventualmente até fazer discurso, mas se o controle do apego fosse um aprendizado fácil não o teríamos como companheiro, vida após vida. Isso fatalmente vai se repetir até que tenhamos aprendido e conseguido atingir o ápice da evolução humana aqui no planeta Terra, ou seja, no útero do Universo.
APEGO é sinônimo de problema. Apego é sinônimo de fraqueza. Apego é, acima de tudo, sinal de pouca ou nenhuma evolução.
Ele exige uma luta diária contra nossos vícios e hábitos materiais.
Sei que nos veremos.
Cuide-se
Beijo na alma
 
Saul Brandalise Jr., autor do livro
“O Despertar Da Consciência”

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Não Desanimes


Persiste mais um tanto. Não cultive pessimismo. Esquece as sugestões do medo destrutivo. Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros. Avança ainda que seja por entre lágrimas. Trabalha constantemente. Edifica sempre. Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração. Não te impressione a dificuldade. Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia. Não desista da paciência. Não creias em realização sem esforço. Silêncio para a injúria. Esquecimento para o mal. Perdão às ofensas. Recorda que os agressores são doentes. Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança. Não menosprezes o dever que a consciência te impõe. Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo. Não contes vantagens, nem fracassos. Estuda buscando aprender. Não te voltes contra ninguém. Não dramatizes provocações ou problemas. Conserva o hábito da oração para que se te faça luz na vida íntima. Resguarda-te em Deus, persevera no trabalho que Deus te confiou. Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar. Age auxiliando. Serve sem apego. E assim vencerás.

Por: Emmanuel

Encare-se

Hoje em dia muitas pessoas tem acesso à um espelho e um exercício muito simples para praticar é se encarar nos próprios olhos.
São poucas as pessoas que realmente se olham nos próprios olhos. Para algumas esse exercício pode causar algum desconforto no começo. Experimente perceber as sensações que emergem em você e mantenha sempre a respiração livre e suave.
Pode ser que pensamentos ou julgamentos sobre si mesmo venham à mente. Experimente apenas testemunhar tais pensamentos sem se apegar à eles. Pode ser que um sentimento ou emoção venha à tona. Experimente não resisitir à tais sentimentos ou emoções.
Dessa forma, você estará entrando em contato cada vez mais fundo com você mesmo. Pode ser, que depois de um tempo, um sorriso brote em seu rosto. Contemple-o e desfrute-o. Experimente dizer bom dia à você mesmo(a). Experimente dizer “Obrigado(a)”. Experimente dizer “Eu te aceito do jeito que é !” e observe o que acontece.
Encarar e se enfrentar é um dos exercícios mais simples e mais profundos que podemos fazer para nos conhecermos e transcendermos as nossas resistências para encontrar a paz em nós mesmos.

Autor: Saulo Nagamori Fong e Equipe

Aprendendo A Lidar Com O Medo

Há diversas possibilidades para lidar com o medo.
Primeiro, é preciso identificar do que realmente você tem medo. Quais são os estímulos externos ou internos que causam o sentimento de medo e suas sensações ?
Muitas vezes, o medo é descrito como uma sensação desconfortável. Identifique no seu corpo onde está sensação desconfortável e como ela se apresenta.
Um prática que pode ser útil é encarar e aceitar os fatos da Vida do jeito que são: totalmente neutros.
Por exemplo, o fato de que um dia você irá morrer. O fato que você não tem controle sobre quando e onde você irá morrer. O fato que você não tem controle sobre as consequências de suas escolhas. Tudo isso não é nem bom nem ruim. São simplesmente os fatos da Vida.
Inicialmente, esta postura pode gerar ou aumentar o sentimento e as sensações associadas ao medo. Neste momento, é importante deixar que o sentimento e sensações tomem conta de você, acolhendo-os e aceitando-os. Não resita ao medo e suas sensações. Elas também são neutras. Experimente desfrutá-las, mantendo a respiração livre, solta e consciente. Ao fazer isso, as sensações se dissolverão e você perceberá uma paz e quietude ainda mais profunda por trás do medo e de suas sensações.


Autor: Saulo Nagamori Fong e Equipe

O Medo


O medo é um sentimento que ocorre diante uma situação que interpretamos como perigosa. Esse sentimento gera sensações físicas que podem variar de pessoas para pessoas, como por exemplo, um frio na região da barriga, pernas trêmulas, tremedeira no corpo e aumento dos batimentos cardíados entre outras sensações e reações.

Muitas pessoas dizem ter medo disso ou daquilo sem realmente estarem sentindo o medo. A palavra e o sentimento “medo” acaba se tornando mais um conceito mental, uma ilusão. Por exemplo, perceba em você se você acredita ter medo de algo. Agora, preste atenção no seu corpo neste exato momento e perceba se há alguma sensação diferente. É muito provável que neste exato momento, você não está com medo.

Talvez, se você criar ou visualizar com sua mente determinada situação, as sensações possam vir à tona. E aí está uma grande oportunidade de integrar e dissolver essas sensações. Para algumas pessoas, a primeira reação frente à situação interpretada como perigosa é prender a respiração para que as sensações e sentimentos não venham à tona. A dica é manter a respiração solta prestando atenção principalmente na expiração. Acolha desfrute das sensações que vierem à tona. Você perceberá que elas logo passarão.

O sentimento de medo é também utilizado por muitas pessoas como forma de controle. A maioria das crianças é educada através do medo, pelo uso do poder autoritário dos pais, professores ou qualquer pessoa que tenha uma força física ou algum tipo de poder sobre a criança. Quando esta criança se tornar adulta, provavelmente, utilizará do mesmo recurso para manipular outras crianças, parceiros ou pessoas à sua volta.

Tome consciência daquilo que você realmente tem medo, no exato momento que você o sente. Caso contrário, não se iluda mais dizendo que você tem medo e viva de uma maneira mais plena.


Autor: Saulo Nagamori Fong e Equipe

Entrevista com Saulo Nagamori Fong sobre Meditação


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Além Da Dialética


A dialética tem sido a opção própria mais viável para se fazer escolhas. Parece que tudo obedece à dualidade. Há o bem e o mal, o claro e o escuro, o perto e o longe, o alto e o baixo, o interior e o exterior, o sim e o não, o zero e o um, o sentimento e a razão, dentre outros pares de opostos. A civilização surge em meio aos opostos, prevalecendo ora um ora outro, influenciada por uma das polaridades. Por muito tempo pensou-se que a consciência é dualidade, porém, após descobrir-se, com o advento das dimensões quânticas universais, as probabilidades em tudo, a dualidade deu lugar às múltiplas possibilidades de escolhas. Pelo menos há um terceiro para tudo, que nem sempre é a síntese daqueles opostos. Faz-se necessário exercitar a mente para transcender à dialética, praticando o exercício de enxergar a realidade pelo olhar do Espírito, pois há muitos outros caminhos e possibilidades que de fato existem quando se pretende fazer escolhas. Limitar-se a “isso ou aquilo” é estreitar a mente, que é o organismo do Espírito que o capacita a conceber a existência do Criador. Ir além da simples escolha entre duas opções é capacitar a mente a enxergar horizontes espirituais mais amplos. Ir sempre mais além é exigência da autopercepção da condição de ser um Espírito, imortal, proprietário de si mesmo e senhor do Universo. Perceba sempre que há mais de duas polaridades em tudo e tente optar por uma terceira, melhor e mais adequada a evolução do Espírito que você é.
 
-  Adenáuer Novaes - (Psicologia E Espiritualidade)

BREVE BIOGRAFIA DE AIVANHOV


Omraam Mikhael Aïvanhov, nasceu nos alvores do século XX, em 31 de janeiro de 1900, em Serbzy, filho de uma família pobre de uma pequena aldeia na Macedónia ao pé do Babouna Planina, nome original Michael Ivanoff. Lá ele passou sua infância em uma Macedônia dominada pelos otomanos e afligido por lutas contínuas com os vilarejos próximos, turcos, gregos, sérvios e búlgaros. Em 1907 o vilarejo onde morava a família foi queimado pelos gregos nacionalistas e a família mudou-se para Varna, na Bulgária perto do Mar Negro.
Além disso a família passa por circunstâncias difíceis. Na idade de nove anos Mikhael perde o pai e assume responsabilidades familiares ajudando a mãe, que amou com grande amor e devoção, e seu irmãozinho. Desenvolve o trabalho do artesanato (ferreiro), o que permite a compra de uma pequena casa. A mãe, conhecida na região pela sua bondade e dedicação, é o primeiro modelo que inspira a sua conduta de vida. Ela também o incentivou quando passava dificuldades causadas pelos intensos exercícios espirituais praticados em tais uma idade precoce.
Mikhael, no entanto, freqüenta a escola mas com pouco interesse em temas tradicionais. Tendo nenhum recurso financeiro para comprar livros da escola, dava uma olhada na lição aprendida nos livros emprestado de seus colegas. Tem desde criança uma forte atração para os livros espirituais: O Evangelho de João, O Livro dos Provérbios de Salomão ou Genesis. Jesus, em particular, representa uma grande fonte de inspiração para os seus pensamentos e sentimentos.
Torna-se um freqüentador incondicional das bibliotecas onde encontra, apesar da situação social da Bulgária, os clássicos de todas as grandes religiões … Lê entre outros, os livros de Steiner, Blavatsky, Espinosa e Paracelsus.
Na idade de 13 anos descobriu lendo alguns livros, Buda, Mestres hindus e as técnicas yoguicas e de respiração Ramacharaka, às quais se ligou de maneira particular.
Quando criança Mikhael é liderado por um extraordinário desejo de melhoria, um alto ideal de ajudar a humanidade, e uma profunda necessidade de se atingir o pleno conhecimento das coisas, o que o levou a passar muito tempo lendo e praticando exercícios espirituais. Sente-se fortemente atraído pela pesquisa específica do mundo espiritual e poderes ocultos do homem. Experiência técnicas de concentração, o poder do pensamento, o contato interior com o mundo invisível… estuda a luz, os efeitos da a luz e as cores derivadas.
Interiormente está convencido da presença do mundo invisível e busca nas formas da natureza a chispa divina que dá origem às manifestações. Mais de uma vez sua mãe o encontra, já na idade de 4 anos, à beira das nascentes de água ou diante do fogo aceso. Água e fogo constituem desde sua primeira infância os dois elementos e símbolos que estarão constantemente presentes na sua vida e em suas palestras.
Desenvolve uma perspectiva única que lhe permite reconhecer e pensar as relações entre os fenômenos físicos e espirituais. ”Ainda muito jovem, diz em uma conferência, lancei-me prematuramente em determinados exercícios de yoga, respiração, concentração… Foram dias e noites de estudo, meditação e jejum.” Uma experiência muito mística e física da qual falará mais sucessivamente.
Ao ensinar a importância do equilíbrio, nos diz que o verdadeiro entendimento não é conquistado com qualquer célula do cérebro, mas com todo o corpo, porque na realidade, é o prelúdio de outra experiência, a qual cita em várias de suas conferências: “Uma tarde aconteceu algo que não posso nunca esquecer… Eu estava em um estado meditativo quando surgiram dois seres: um de uma altura impressionante… respirava a força e poder, o seu rosto estava duro e olhos escuros, era como uma aterradora visão. O outro, um ser radiante e bonito, cujos olhos expressaram a imensidão do amor divino … E foi como se eu tivesse que fazer uma escolha … Fiquei impressionado com o poder do primeiro, mas no meu coração eu tinha medo, porque era algo terrível, então deixei-me atrair pelo outro, e eu o escolhi porque tinha os traços do Cristo, a imagem de doçura, de bondade e do sacrifício.”
Mikhael fez sua escolha definitiva: trabalhar com a Luz e colocar-se à serviço da Luz!
Essa experiência que o mestre viveu tão intensamente na sua juventude, de fato, de forma muito sutil é reproduzida em todos os homens. Todos nós somos confrontados com tais escolhas, somos induzidos a cumprir na vida escolhas de valores sem estar ciente disso e negligenciar as conseqüências.
“O Criador deixou suas criaturas livres; deve-se portanto, compreender a direção que se deve tomar para se desenvolver. Eu pergunto: Por quê? Não seria melhor que Deus se impusesse aos seres humanos ditando o comportamento a seguir? Não, é você quem deve descobrir onde realmente o seu interesse reside, sua tarefa é a de perceber porque é melhor tomar uma direção ou fazer uma escolha em vez de outra. Necessitam realmente estar convencidos disto. O que ganhariam se fossem realmente empurrados contra sua vontade, ao caminho da bondade e da luz? Muito pouco. Portanto, O Criador e os espíritos celestes dão ao homem plena liberdade já que lhe corresponde entender e sentir por si próprio seu melhor caminho.
 
 
Fonte: http://cienciadoiniciodavida.blogspot.com

 

Aprendendo A Lidar Com A Raiva


Você só pode cometer um erro quando se esquece que a outra pessoa está sofrendo.
Temos a tendência de acreditar que só nós sofremos, e que a outra pessoa está feliz por nos fazer sofrer.
Quando achamos isso, fazemos coisas más e cruéis para magoar o outro.
A consciência de que a outra pessoa sofre muito, ajudará você a ouvir profundamente.
A compaixão se torna possível e você consegue mantê-la viva enquanto escuta.
Agindo assim, você será um excelente terapeuta para o outro.
Talvez a outra pessoa seja muito crítica e diga palavras de acusação, mostrando-se amarga.
No entanto, como a compaixão está em você, essas atitudes não afetam tanto.
O néctar da compaixão é maravilhoso.
Se você se empenhar em mantê-lo vivo, estará garantindo sua proteção.
O que a outra pessoa diz não desencadeará raiva e irritação em você, porque a compaixão é o verdadeiro antídoto da raiva.
Somente a compaixão é capaz de curar a raiva.
É por isso que a prática da compaixão é maravilhosa.
Só é possível existir compaixão quando a compreensão está presente.
Compreensão de que?
O entendimento de que a outra pessoa sofre e precisa da minha ajuda.

(...) A raiva é uma coisa viva.
Ela brota e precisa de tempo para abrandar.
(...) Quando você desliga um ventilador, ele continua a girar durante algum tempo antes de parar.
A raiva também é assim.
Não espere que a outra pessoa pare imediatamente de sentir raiva.
Deixe que ela desapareça aos poucos, lentamente.

(...) A paciência é a marca do verdadeiro amor.
Se quisermos amar, precisamos aprender a ser pacientes, tanto com os outros quanto com nós mesmos.
A prática de abraçar a raiva requer tempo, mas, se você praticar durante apenas cinco minutos a respiração consciente, o andar  consciente e abraçar sua raiva, poderá alcançar um resultado eficaz. Se cinco minutos não forem suficientes, leve dez. e se dez não bastarem, leve quinze.
Leve o tempo que precisar.

(...) Quando está chovendo, parece que não existe a luz do sol.
Mas se ultrapassarmos as nuvens, veremos que a luz está sempre presente.
Mesmo num momento de raiva ou desespero, nosso amor continua presente.
Nossa capacidade de comunicação, de perdão, de sentir compaixão, ainda existe.
Tenha certeza: somos mais do que a nossa raiva, mais do que o nosso sofrimento.
Se você souber que tem dentro de si a capacidade de amar, compreender e sentir compaixão, não sentirá desespero quando chover.
Você sabe que a chuva está presente, mas a luz do sol continua existindo em algum lugar e, quando a chuva parar, o sol voltará a brilhar.
Se nos momentos de raiva você conseguir lembrar que os sentimentos positivos continuam dentro de você e da outra pessoa, saberá que é possível abrir caminho para eles, de modo que o que há de melhor em vocês volte a se manifestar.
- Thich Nhat Hanh  -

Eu Sou Um Ser De Paz


Paz é o meu estado natural.
O ponto de referência do ser
que serve para medir o que não é paz.

Assim como a febre indica um quadro
anormal no corpo, a perda da paz mostra
que o ser está desequilibrado.
A temperatura alta denota a luta
do organismo para expelir algo estranho,
que não lhe pertence.

Do mesmo modo, a falta de paz não é
uma simples luta contra os elementos
que se infiltram no meu mundo interior
e começam a esquentar-me.
É a própria paz que reside em mim que diz:

"Você não faz parte da minha natureza.
Por favor, saia daqui!"

Por que não posso reconhecer que possuo
um termômetro embutido em mim que me diz
que uma situação é boa ou ruim,
violenta ou pacífica, doce ou amarga?

O que isso pode ser, exceto a voz
do meu estado natural que exerce
seu poder de discernimento?

A tensão da briga entre o natural
e o estranho cria o barulho dos pensamentos,
que não me permitem perceber
o pano de fundo de silêncio.

Não importa quanto as pessoas e as situações
me puxem para fora do barco
da evolução espiritual,
preciso me segurar ao mastro da paz.
 
- Ken O'Donnell -

 

Compromisso Com O Sagrado


Quero despertar o caminhante que vive em mim.
Quero cultivar meus deveres de caminhante.
Quero ser o guardião dos mistérios do clã que me gerou.
Quero estar pronto para o chamado dos espíritos que viveram antes.
Quero merecer a confiança dos Grandes Espíritos da Terra,
da Água, do Ar e do Fogo.
Quero servir, curar, aprender, liderar, ensinar, prever.
Quero ser o guardador dos mitos e lendas da minha gente.
Quero contar histórias, cantar, dançar e fazer silêncio sempre na hora certa.
Quero manipular ervas e dirigir rituais que me façam digno da vida.
Quero circular energias.
Quero aplicar minhas virtudes.
Na Terra, quero plantar as sementes do amor e da fé, que alimentam o corpo e a alma, e ainda na Terra quero construir os caminhos que nos levem à Casa do Grande Espírito Soma do Todo.
Com a Água, quero saciar a sede de felicidade e lavar e refrescar o corpo e a alma de toda minha gente.
Com o Ar, quero distribuir as boas novas, as revelações que penetram e animam nossos corpos, limpam o nosso sangue e arejam nosso espírito.
Com o Fogo, quero transmutar nossos medos, aquecer nossos corações e iluminar nossos caminhos.


Quero ter gestos de devoção e gratidão a toda a graça da vida...
Que se expressa numa planta de cresce e dá frutos e sementes;
Que se expressa numa flor que se abre e revela a compaixão da terra e dos solos;
Que se expressa num pássaro que voa e canta e revela a liberdade do ar e a harmonia dos ventos;
Que se expressa num peixe que nada e saltita e revela a coragem de oferecer sua única vida para que outras vidas possam existir;
Que se expressa numa cobra que desliza, se retorce, salta, imita e reproduz uma labareda, expressão da transformação do fogo e das chamas.


No gesto da árvore, a doação.
No gesto da flor, a beleza.
No gesto do pássaro, a certeza da confiança no ar.
No gesto do peixe, a ousadia das profundezas do amor.
No gesto da cobra, a transcendência de nossas caminhadas.


Ao andar pelos caminhos que me levam à cura, à sabedoria, à liderança e ao mestrado, descobri dentro de mim o poder, a sabedoria, o desejo de servir e a humildade de ouvir e aprender.
Reforcei minha convicção de que existem poderes ou energias transcendentes,
que atuam no mundo sobre todas as coisas e que interage conosco em pensamento, sentimento, intenção e ação.
Entendi que a pessoa precisa de fé para estabelecer relação com o poder transcendente.
Precisa acreditar.
Precisa oferecer-se.
Precisa experimentar.
Precisa sentir.
Precisa perceber.
Precisa intuir.
Precisa respeitar o sagrado.
Aprendi que sagrado é aquilo que não pode ser descrito;
aquilo que é mistério e fascínio;
aquilo que o homem não pode explicar ou entender.


Aprendi que o que é sagrado é puro, ou deve tornar-se.
E que o que se torna impuro, é profano.
Que tudo o que possa pôr em perigo a relação do homem com o sagrado,
contém impureza, desvio, doença, decomposição, morte.


Aprendi que há quatro aspectos que compõem o culto ao sagrado:
a Purificação – para que os males sejam varridos das vibrações do caminhante;
o Sacrifício – espécie de oferenda, que signifique reverência, respeito;
a Oração – para que a comunicação se estabeleça e a interação aconteça;
a Refeição Sagrada – para que o sagrado natural que se introduz no corpo,
se faça com o maior respeito pelo sagrado que também o recebe com o maior respeito.


Aprendi que nós, os caminhantes das veredas siderais nos comprometemos nosso tempo diuturno em permanente ritual...
de purificação,
de sacrifício/oferenda,
de oração e refeição sagrada.


Tudo é sagrado:
o ar que respiramos e que toca nossos corpos;
os líquidos que bebemos e que nos lavam;
os sólidos que engolimos e de que nos servimos;
a energia/calor ou frio que manipulamos e de que nos servimos;
Todos eles os temos como dádivas sagradas.


Como caminhantes, as nossas vontades, os nossos pensamentos, as nossas atitudes, as nossas ações estão dirigidos para o sagrado que somos,
para o sagrado onde estamos e para o sagrado que criamos e transformamos.


Sagrado, para nós, caminhantes, é o nosso senso de responsabilidade,
a nossa consciência para com nosso conjunto de princípios e valores.
Sagrado, para nós, caminhantes, é a expansão de nossos horizontes,
que se entrelaçam com nossa responsabilidade.
Sagrado, para nós, caminhantes, é nossa consciência e nosso coração,
que desde o profundo de nós mesmos se projetam até onde nossa consciência alcança.
Sagrado, para nós, caminhantes, é usar o cérebro, o raciocínio, a capacidade
e a criatividade para aplicá-los da melhor maneira,
segundo discernimento responsável,
segundo consciência do bem
e segundo os valores do amor.
Sagrado, para nós, caminhantes,
é ter horizontes éticos,
coração caloroso,
cabeça fria
e mãos para a obra,
para a prática coerente, conseqüente.


Sem isso, não há caminhante,
não há vida,
nada é Sagrado.


- Homero Franco -

domingo, 17 de abril de 2011

Escuta Peregrino


Quem teme perder a própria vida não pode receber os dons da eternidade.

Quem teme ser desconsiderado pelos homens não pode, em plenitude, fundir-se na Vida celestial.

Mas quem se entrega ao Supremo e nada retém compreende o chamado das estrelas e, percorrendo a estreita trilha da renúncia, chega aos altos cumes, portais da redenção.

Subjuga tua natureza inferior; oferta-te em plena consciência Àquele que te concedeu a Vida e deixa-te mergulhar no centro dessa Fonte inesgotável.

Não queiras nomes, pois aprisionam a mente; não ambiciones posições, ou ficarás atado ao viscoso solo que te ilude com seu brilho fugaz.

Para ti é ainda difícil compreender a Divindade porque ela nada toma para si e, mantendo-se livre de todas as formas e de todos os conceitos, permanece imaculada.

Se tua pequenez se evidencia diante da imensidão das esferas celestiais, compreende a silenciosa mensagem que o fulgor das estrelas procura te transmitir.

Lembra-te, há leveza no voo das pequenas aves. Escuta, peregrino: reconhece nas coisas efêmeras a marca da imortalidade; ao transitares pelo mundo das formas mutantes, deixa-te permear pela realidade imutável.

O véu se dissolverá ante tua entrega, mas primeiro deves reconhecer a Lei. Não há passo que não possa ser dado nem caminho que não possa ser percorrido por quem reverencia o Sagrado.

Aprende das ondas do mar o cumprimento das fases; aprende da sucessão das estações a vivência dos ciclos. Aprende da flor a pureza da entrega e, das abelhas, o serviço grupal. Segue peregrino, as indicações do teu Caminho de Luz.

Ensurdece-te aos chamados do mundo, cala-te aos seus clamores, esquiva-te de atos incorretos, cerra os olhos às visões profanas, renuncia ao gosto do que te ata às ilusões. Ao conduzires os sentidos como um hábil cavaleiro, faz despertar faculdades ocultas, não para teu deleite, mas para redenção e serviço.

Essas faculdades serão as lamparinas que mostrarão o caminho aos que ainda não puderam libertar-se; serão a cálida chama que lhes aquecerá o coração, despertando-os para uma vida fraterna e espiritual. Segue, ardente buscador, faz dos sentidos colaboradores do Senhor, ensina-lhes a adorar o Único.

Lembra-te de que tua vida não mais te pertence, lembra-te de que tu é que pertences ao Infinito.



Extraído do livro “Não estamos sós” - Trigueirinho
Editora Pensamento
Págs. 27 a 30

Fragilmente Verdadeira

SÓ PARA OS INICIADOS…


“Conheço também um modo de vida que é suave orgulho, graça de movimentos, frustração leve e contínua, de uma habilidade de esquivança que vem de longo caminho antigo. Como sinal de revolta apenas uma ironia sem peso e excêntrica. Tem um lado da vida que é como no inverno tomar café num terraço dentro da friagem e aconchegada na lã.

Conheço um modo de vida que é sombra leve desfraldada ao vento e balançando no chão: vida é sombra flutuante, levitação e sonhos no dia aberto: vivo a riqueza da terra.

Sim, a vida é muito oriental. Só algumas pessoas escolhidas pela fatalidade do acaso provaram da liberdade esquiva e delicada da vida. É como arrumar flores num jarro: uma sabedoria quase inútil. Essa liberdade fugitiva de vida não deve ser jamais esquecida: deve estar presente como um eflúvio.

Viver esta vida é mais lembrar-se indirecto dela do que viver directo. Parece uma convalescença macia de algo que no entanto poderia ter sido absolutamente terrível. Convalescença de um prazer frígido. Só para os iniciados a vida então se torna fragilmente verdadeira.” (…)

CLARICE LISPECTOR
AGUA VIVA

Mulheres Do Mundo, Quantas?


AS MULHERES AGUENTAM METADE DO CÉU.

(Provérbio Chinês)

Mulheres que não ousaram nunca, que não ousam ainda dizer… que não falam, que não têm voz ou falam por falar…como as galinhas, dizem os homens…e que não sabem nada de si, que não têm identidade, outras nem cédula de nascimento…

Quantas?

Mulheres que mal ousam segredar na noite a sua vontade e o confuso desejo de prazer… mulheres que são levadas ao paroxismo da solidão da dor e que só lhes resta estrebuchar em histerismo, em neurose...a tomar comprimidos pílulas e doses cavalares de calmantes e de analgésicos…

Vozes de mulheres silenciadas, no mundo, quantas?

Todas as mulheres caladas por força das circunstâncias de serem apenas mulheres, caladas pelo abuso, caladas na afronta e na desonra…caladas pelos pais, mães, vizinhos, tios e padres, caladas por vergonha, por leis e credos…

Quantas mulheres caladas que não puderam dizer nada do que sentiam nem o que pensavam: uma vida inteira a calaram no mais fundo delas mesmas a dor a pena e a revolta…e esqueceram e serviram maridos filhos e morreram sem nada sozinhas, abandonadas pelo amante ou pelos filhos... a quem tudo de si deram…

Penso na minha mãe e nas minhas avós e nas avós das minhas avós…há um século, cem anos, cinquenta e ainda hoje?

Quantas mulheres caladas ainda e oprimidas pela ordem de valores…caladas, sufocadas, oprimidas, entregues à casa, ao lazer, à canasta ou aos afazeres, donas de casa com dono, criadas com patrão, empregadas com chefe… obrigadas a cumprir o prazer do contracto nupcial, o horário de trabalho ou a paga pelos serviços prestados à força…voluntárias da desgraça e da miséria não só do corpo como da mente

Ah! Quantas Rainhas e aristocráticas...mulheres sós forçadas a vender o corpo para para terem um reino ou quantas desgraçadas só para terem de comer... quando não violadas, a serem violentadas no corpo e na sua alma, na corte, no casebre, todos os dias ou em cada esquina…

...mulheres esfaqueadas ou mortas de pancada e a tiro…

Quantas?

Mulheres esquecidas da sociedade e dos governos…mães silenciosas que nada pedem, mulheres deformadas pela miséria, pelos maus tratos da violência física e psicológica, inferiorizadas, desprezadas pelas outras… Mulheres pobres ou com subsídio mínimo não garantido…

Mulheres sós que morrem sós em casa quando têm casa…

Mulheres sós com filhos…viúvas do infortúnio…

Mulheres que sofrem horrores no mundo…

Quantas...




Athena E Medusa


Na arte clássica grega existem duas diferentes apresentações de Athena. A imagem mais familiar é a da deusa severa, paramentada com armadura, elmo e escudo, a virgem invicta e guardiã de Atenas, que protege as batalhas e os heróis. Já a mais antiga mostra-a como uma deusa majestosa, com o manto e os cabelos decorados com serpentes e um fuso na mão esquerda. No entanto, mesmo a figura guerreira guarda as memórias arcaicas da sua verdadeira origem, que aparecem na cabeça da Górgone com cabelos de serpentes, existente no seu escudo chamado Gorgoneion. Esta é a revelação da ascendência de Athena, herdeira da deusa minóica das serpentes, cultuada um milénio antes do mito patriarcal a ter transformado na filha nascida da cabeça do seu pai Zeus, surgindo totalmente armada e pronta para a batalha
Os mitos mais recentes descrevem a Górgone como um monstro atemorizador, vencido e morto pelo herói Perseu, que depois de a ter decapitado, entregou à deusa Athena a sua cabeça como gratidão pela ajuda recebida.

Analisando os detalhes do seu nascimento, descobrimos que a mãe de Athena era a deusa Métis, uma das esposas de Zeus, que a engoliu, temendo que o filho que ela carregava no ventre pudesse destroná-lo, assim como ele tinha feito com o seu progenitor Chronos. Sofrendo de atrozes dores de cabeça, Zeus pediu ajuda ao deus ferreiro Hefesto, que lhe abriu a cabeça com seu machado e dela emergiu Athena, defensora da ordem patriarcal e não sua opositora. É evidente a metáfora que descreve o predomínio do direito paterno e patriarcal sobre a antiga ordem da sociedade matrilinear e matrifocal. Vemos nisso uma semelhança com o nascimento de Eva da costela de Adão, o primogénito; tanto Eva quanto Athena sendo associadas a serpentes.
Em grego, Athena pode ser compreendida como A Thea, a Deusa, que também deu origem ao nome da cidade por Ela patrocinada. Seu segundo nome, Pallas, significa “virgem”, pois em nenhum mito é feita qualquer referência à sua condição de mãe, sendo sempre conselheira, protetora e amiga de heróis e reis.
Uma antiga imagem minóica do período neolítico retrata-a como uma deusa alada e com cabeça de pássaro. A transformação de Athena, de uma deusa pássaro e serpente numa deusa guerreira que negou a sua filiação materna, ocorreu ao longo dos dois milénios de influências indo-europeias e orientais na Grécia. O
nome da sua mãe – Métis – permaneceu no seu atributo “sabedoria” ou “aconselhamento prático”. A origem serpentínea de Athena aparece ocultada na lenda da Medusa que foi transformada pelo patriarcado na terrível Górgona cujo olhar petrificava os homens.

Na realidade, Medusa era neta de Gaia, o seu nome significava Senhora ou Rainha, sendo a deusa serpente das Amazonas da Líbia, uma das três irmãs Górgonas cujo cabelo encaracolado era semelhante a uma coroa de serpentes. Elas protegiam os mistérios matrifocais antigos e os limites dos lugares sagrados. Numa inscrição antiga, Medusa era chamada “Mãe dos Deuses, passado, presente, futuro, tudo o que foi, é e será” (frase posteriormente copiada pelos cristãos para definir Deus). A sua sabedoria era resumida nesta frase: “nenhum mortal foi capaz de levantar o véu que Me oculta”, por Ela ser a própria morte, sendo o aspecto destruidor da deusa tríplice. Outro significado da sua face oculta e perigosa era o tabu menstrual, pois os povos antigos temiam o poder mágico do sangue menstrual, que podia criar e destruir a vida. A serpente é um antigo símbolo da sabedoria feminina e também representa o poder da energia Kundalini, a capacidade de transmutação e regeneração.
A Górgona – sabedoria, força e protecçãoOriginariamente a cabeça da Górgona era encontrada na entrada dos templos como um escudo de proteção, a Górgona arcaica representando uma trindade lunar formada por sabedoria, força e proteção. A lenda conta que o sangue de Medusa - que tanto servia para curar como para matar - foi colhido dos seus dois lados (esquerdo e direito) colocado em duas ânforas e dado a Asclépio e à sua filha Hygeia, deuses da cura. A imagem das duas serpentes entrelaçadas existente no caduceu (o bastão das divindades de cura) simboliza o conceito de vida e morte, a polaridade masculino/ feminino, esquerda/ direita, a representação da hélice dupla do DNA. Os antigos símbolos da deusa serpente minóica sobreviveram na ordem patriarcal apenas no seu aspecto escuro e ameaçador (principalmente para os homens, que ficavam paralisados pelo poder do olhar da Medusa).

Um mito antigo atribui à Medusa o nascimento de Pégaso, o cavalo alado, como fruto da sua união com Poseidon, ambos metamorfoseados em equinos (cavalo e égua). Outro mito mais recente descreve a sua criação do sangue jorrando do pescoço de Medusa quando a sua cabeça foi cortada pela espada brilhante de Perseu. A vitória de Perseu é vista como uma ode à vitória da luz sobre os terrores da escuridão e das serpentes, reforçando assim a dicotomia entre luz e sombra, masculino e feminino, Sol e Lua.

Compete às atuais sacerdotisas e seguidoras da Deusa compreender a complexa polaridade deste mito não como um conflito entre o arquétipo patriarcal de Athena e a sua antiga origem lunar e gorgónica, mas uma complementação de opostos personificados por Athena - o aspecto solar, guerreiro, criativo, heróico - e Medusa, sua contraparte lunar, passiva, obscura e misteriosa, mas igualmente poderosa.
http://sitioremanso.multiply.com/journal/item/68

A Escravidão Do Materialismo


"Escrava do materialismo, a ciência tradicional presume que tudo o que não pode ser medido, testado em laboratório, ou comprovado pelos cinco sentidos ou as suas extensões tecnológicas, simplesmente não existe. Não é "real". A sua consequência: toda a realidade foi esvaziada de sentido e transformada em realidade física. As dimensões espirituais, ou aquilo que eu chamaria de não-físicas da realidade, foram corridas para fora da cidade.
Isso colide com a "filosofia perene", consenso filosófico que atravessa eras, tradições e culturas, e que descreve dimensões diferentes mas contínuas da realidade. Estas vão das mais densas e menos conscientes - aquilo a que chamaríamos de "matéria" - às menos densas e mais conscientes - a que chamaríamos de espirituais."

in "O PODER DO AGORA" de ECKHART TOLLE

sábado, 16 de abril de 2011

Com O Coração Aberto



 

Às vezes, na estranha tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães. Apagamos as luzes. Fechamos as cortinas. Trancamos as portas com chaves, cadeados e medos. Ficamos quietinhos, poucos movimentos, nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa. A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas alegrias. Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta. Não há como adivinhar e, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos dá esperança.


É maravilhoso quando conseguimos soltar um pouco o nosso medo e passamos a desfrutar a preciosa oportunidade de viver com o coração aberto, capaz de sentir a textura de cada experiência, no tempo de cada uma. Sem estarmos enclausurados em nós mesmos, é certo que aumentamos as chances de sentir um monte de coisas, agradáveis ou não, mas o melhor de tudo, é que aumentamos as chances de sentir que estamos vivos. Podemos demorar bastante para perceber o óbvio: coração fechado já é dor, por natureza, e não garante nada, além de aperto e emoções mofadas. Como bem disse Virginia Woolf, “não se pode ter paz evitando a vida.”

- Ana Jácomo -

O Homem Espiritual


O homem realmente espiritual não é um homem pacatamente virtuoso, uma alma dogmaticamente mansa e domesticada para encampar docilmente as crenças tradicionais. O homem integralmente espiritual é um intrépido aventureiro dos mundos ignotos, um genial sonhador do infinito, uma alma empolgada pela dinâmica inquietude metafísica dos insatisfeitos, dos insaciáveis, dos descontentes com o que “todos” sabem e fascinado pelo que todos ignoram... O homem espiritual, surdo aos barulhos da turba-multa dos profanos e às teses dos catedráticos, escuta intensamente vozes do grande silêncio que principia além de todos os ruídos estéreis. E o que esse silêncio anônimo lhe sugere é mais sedutor do que tudo o quanto os discursos e os sermões dos sabidos e afamados possam lhe dizer.

- Huberto Rohden -

Missão Divina


"Uma missão divina não significa um sacrifício, nem uma fuga do mundo, nem uma rejeição às alegrias da beleza e da natureza; ao contrário, significa um grande e pleno aproveitamento de todas as coisas. Significa fazer o trabalho que amamos com toda a alma e com todo o coração, seja ele cuidar da casa, trabalhar na fazenda, pintar, representar, ou servir ao nosso semelhante, dentro e fora de casa. E esse trabalho, seja qual for, se o amamos acima de qualquer outra coisa, é o supremo mandamento de nossa alma, a tarefa que temos de cumprir neste mundo, a única em que podemos nos sentir sinceros, interpretando na matéria a mensagem do nosso verdadeiro Eu. Podemos, dessa forma, julgar pela nossa saúde e felicidade se estamos interpretando bem essa mensagem." Edward Bach"Uma missão divina não significa um sacrifício, nem uma fuga do mundo, nem uma rejeição às alegrias da beleza e da natureza; ao contrário, significa um grande e pleno aproveitamento de todas as coisas. Significa fazer o trabalho que amamos com toda a alma e com todo o coração, seja ele cuidar da casa, trabalhar na fazenda, pintar, representar, ou servir ao nosso semelhante, dentro e fora de casa. E esse trabalho, seja qual for, se o amamos acima de qualquer outra coisa, é o supremo mandamento de nossa alma, a tarefa que temos de cumprir neste mundo, a única em que podemos nos sentir sinceros, interpretando na matéria a mensagem do nosso verdadeiro Eu. Podemos, dessa forma, julgar pela nossa saúde e felicidade se estamos interpretando bem essa mensagem.


.- Edward Bach -

O Lado Sombrio De Todos Nós


Jung, médico-psiquiatra suíço, contemporâneo de Freud, dizia que os seres humanos têm um lado obscuro, sombrio, que ele chamava de sombra, ou seja, aquele lado que escondemos a sete chaves, pois nos envergonha ou nos faz sentir culpa. Por isso, a grande maioria tem medo de admiti-la, tendendo a negá-la, pois é o que há de mais feio dentro de nós.Sendo assim, há uma tendência de escondermos o que realmente somos verdadeiramente, pois aparentamos o que não somos de fato e quanto mais ignoramos esse lado, mais o realçamos.
                                                   
          - Osvaldo Shimoda -