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Uma pessoa do bem que, apesar dos erros e acertos, ainda quer dar o melhor de si. Somos passíveis de errar mas, perssigo um ideal sincero: o de poder, a cada momento, aprimorar um pouco mais a essência de minh'alma Tento fazer e dar o melhor de mim a cada oportunidade que a vida oferece...Assim, acredito que, por menor que seja cada contribuição para com meus próximos, para com a humanidade e para com o planeta, sentir-me-ei cada vez mais feliz. Sou membro e discípula da Nova Acróple - Filial Belém - no curso de Filosofia À Maneira Clássica,uma das fontes para minha realização,harmonia e felicidade dentro deste maravilhoso UNIVERSO.

sábado, 30 de abril de 2011

Deus


 
Quando, bastante imprudentemente, falo de Deus, falo apenas deste lado da vida em que estou, e mais precisamente de uma parte desta vida, que está abandonada e se assemelha a uma arrecadação de ferramentas ao fundo de um jardim...
Embora não saiba nada dele, é-me impossível fazer como se não tivesse nada a ver com os nossos dias mais banais. Esses dias são livros e esses livros são escritos por Ele.
Rosto, dor e bondade são as páginas mais ricamente iluminadas, tal como roseira, pardal e primavera.
Não sei o que mais impede os homens de ler: se a avidez, se a falta de atenção.
A avidez nasce da sua falta de atenção. Quando olhamos apressadamente para uma coisa bela - e todas as coisas vivas são belas porque trazem em si o segredo do seu próximo desaparecimento - apetece-nos guardá-la para nós.

 
Quando a contemplamos com o vagar que merece, que requer e que, por um instante, a protege do seu fim, então ilumina-se e já não temos vontade de a possuir: a gratidão é o único sentimento que responde a essa luz que entra em nós...
Contemplar sem possuir e mesmo sem compreender. Os pardais desafiam-nos a isso com os seus cantos.
Há sob a minha janela, nos inúmeros braços da tília, uma multidão de Bach e de Schubert cujas obras não escritas me instruem sobre o que Deus é do lado da vida em que eu estou.
Para conhecer o outro lado, terei um dia de afastar a cortina do meu sangue que me impede de ver.»

 
Christian Bobin, em "Ressuscitar"

 

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