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Uma pessoa do bem que, apesar dos erros e acertos, ainda quer dar o melhor de si. Somos passíveis de errar mas, perssigo um ideal sincero: o de poder, a cada momento, aprimorar um pouco mais a essência de minh'alma Tento fazer e dar o melhor de mim a cada oportunidade que a vida oferece...Assim, acredito que, por menor que seja cada contribuição para com meus próximos, para com a humanidade e para com o planeta, sentir-me-ei cada vez mais feliz. Sou membro e discípula da Nova Acróple - Filial Belém - no curso de Filosofia À Maneira Clássica,uma das fontes para minha realização,harmonia e felicidade dentro deste maravilhoso UNIVERSO.

domingo, 10 de abril de 2011

Por Beslan




Homenagem às crianças russas
mortas em atentado terrorista.

Derramemos nossas lágrimas por Beslan,
por suas, por nossas crianças,
pequenos botões destroçados.
Por suas pequenas mãos, cruzadas
sobre um peito onde habitavam tantas esperanças.
Choremos pelas mães e pais de Beslan,
por seus braços vazios, pelas carícias sem destino,
por seus corações sangrantes, feridos.
Por seus rostos lívidos que espelham, em desatino,
toda a perplexidade do mundo.
Choremos pela nossa Humanidade,
pela perda da nossa humanidade,
virtude tão rara, que se escoa em meio aos dedos
duros e frios desse tempo tão cruel.
Mas ousemos, sobretudo,
o ato de suma coragem.
De matar em nós o matador,
de atacar de frente a semente de toda crueldade,
de todo terror,
frente ao qual sucumbirão, em lúgubre holocausto,
as crianças que aqui estão e as que hão de vir.
Matar a semente que se alimenta da dor e que cresce,
rastejante e silenciosa, rumo a novas vítimas.
Tenhamos a suma coragem de vencer nosso ódio e revolta
e chorar pelos carrascos de Beslan.
De perceber que algo muito pior que a morte pode atingir o homem.
Imaginar a asfixia torpe, sombria da extrema ignorância e brutalidade.
Ousar sentir o desespero e ânsia de quem carrega nas costas tanta dor.
Sentir o precipício, a escuridão
em que tombaram essas almas,
que também são nossas irmãs,
que também são nossas crianças.
Se toco o teu rosto, todo o teu corpo responde e sente.
Nós somos, Humanidade, esse Corpo, ainda que inconsciente.
Algo de nós vai ao poço com aquele que cai,
assim como algo de nós sobe aos céus com aquele que ascende.
Ousai sentir o drama de quem habita a escuridão extrema,
aquele sobre quem pesa o fardo de tanta dor,
que desceram tão fundo
que só com muito esforço e vontade podem ser alcançados pela misericórdia
e pelo perdão.
Algo de nós precipitou-se neste abismo e há de ser, em algum momento, resgatado.
Agora, há muito a fazer.
Fazer de Beslan um libelo,
vencer o terror em nós.
Gravar, no mais profundo, em nossas almas,
a marca inexprimível dessa dor.
Choremos, choremos muito.
Comprimindo nossos peitos, magoados
pela terrível dor da Humanidade.
Essa dor é nossa dádiva;
nossas lágrimas vertidas serão o dilúvio
que há de banhar as almas dos homens despertos.
E, sobre essas lágrimas, há de flutuar a Arca da Aliança,
que provará que ainda vivem os homens puros,
sinalizando, para todas as crianças,
a esperança de que ainda haverá futuro.


                                                                                                           

                                                                                     - Lúcia Helena Galvão -

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