Sinto saudades... De uma pessoa que não sei quem é, mas sei que ela existe, que também está conectada a mim e que, talvez, onde esteja, também anseia por encontrar-me. Sinto saudade de um lugar, em algum lugar, onde meu coração viveu plenas alegrias e gozou de imensa felicidade. Um lugar onde o bem prosperou e o amor fez sua morada. Sinto uma saudade imensa de passear livremente, sem tempo, sem pressa e sem obrigações para com o corpo. Mesmo me sentindo pertencente, daqui não sou, nem me limito a lugar agum. Mesmo prisioneiro do corpo, sei da possibilidade de romper com seus limites e de me lançar para além de mim mesmo, em comunhão com o que me criou. Minha saudade é minha certeza do além de mim e da consciência da eternidade em tudo. Sinto saudades... De uma luz que me guia e me oferece a suave e doce presença da divindade que a tudo permeia. Uma presença que se traduz em certeza, segurança e harmonia. Minha saudade é a companheira a me consolar nas perdas, pois me sinaliza a fugacidade do momento presente, projetando-me para o futuro e para o supra-arquetípico. Satisfazê-la totalmente é como perder o gosto bom da transcendência da vida.
- Texto de Adenáuer Novaes -
Hoje senti muita...muita saudade do senhor, meu pai...(In Memorian)
Nenhum comentário:
Postar um comentário