DESENVOLVER A HUMILDADE E A ENTREGA AO QUE É DIVINO
Quando começamos a perceber de forma integral e real, que existe uma regência Superior, que a tudo governa e mantém, passamos a vivê-la e a senti-la com maior intensidade em nossa vida em cada momento vivido. Para percebê-la, temos que definitivamente desistirmos de nos movermos no modo da ignorância e da paixão que são guiados pelo ego, e deixarmos nos levar pelo modo da bondade. Desistir definitivamente de achar que temos as coisas. Podemos ter coisas, mas não possuí-las, pois tudo que existe pertence a Deus, inclusive nossa vida. O que devemos desenvolver é o pleno controle de nós mesmos, começando pelos sentidos externos, aí sim começamos a silenciar e a enxergarmos o lado oculto de como o arquiteto do Universo se comunica efetivamente conosco. Não existe uma forma padronizada para que Deus se comunique conosco, pode ser pela nossa mente, coração, através de situações e pessoas, mas é necessário antes de tudo querermos ver isto, aspirarmos e vivermos integralmente esta comunicação através de uma entrega profunda e genuína de nossa vida ao que é Superior, vivendo principalmente a lei do amor, perdoando e ofertando cada ato ao criador. Para que esta vivência se torne plena em nós, é preciso primeiramente conquistarmos a humildade a cada dia e reafirmarmos dentro de nós que nada sabemos, para que a verdadeira sabedoria comece a trabalhar dentro de nós. Não somos melhores que o sábio ou o ignorante, o que devemos ter presente sim é que estamos todos no mesmo barco que é este planeta, atados à Lei do Karma de outras vidas e da atual, e com a única finalidade de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo, e vencer a nós mesmos para naturalmente a libertação do ciclo de nascimentos e mortes aconteça. A conquista da sabedoria traz amor e compreensão, e não requer holofotes para que seja vista. É mostrada através dos exemplos e atos que transformam. Não necessariamente são exemplos grandes, mas pequenos gestos que evocam a simplicidade. Quando caminhamos espiritualmente, percebemos que uma apuração severa em nosso caráter começa a acontecer, somos submetidos a provas cada vez mais sutis e se nos encontramos desatentos somos pegos de surpresa devido à inobservância da atitude correta perante elas. Somos testados a cada instante para que haja confirmação em nós se realmente estamos vivendo em retidão e nas leis sagradas. Devemos, no caminho espiritual, sermos prudentes é não deixarmos que o ensinamento espiritual se torne mera erudição ou especulação mental, pois se isto acontece, nos colocamos num patamar mais elevado que o nosso próximo. Se há humildade e amor há rendição ao Divino, e somente assim nos colocamos no mesmo patamar daquele que ainda não conquistou a vivência do amor, irradiando este sentimento a ele. Muitos seres que vieram ao nosso planeta, que foram verdadeiros mestres e muitas vezes não eram versados em escrituras sagradas, falavam pouco, o suficiente para transformar muitos. Portanto não podemos confundir avanço no caminho espiritual com mero conhecimento de escrituras sagradas. O Sentir espiritual é algo arrebatador que nos traz total rendição a um sentimento sublime que brota dentro do coração, e que traz devoção ao amor, e se começamos a viver neste modo colocamos Deus em todas as nossas atitudes, seja no servir ao próximo, preparar uma refeição, escrever num papel – ele encontra espaço para começar a agir através de nós. Sinto que na atual humanidade existe mais conhecimento mental e erudição, mas a estrada do amor, que mora no coração possui muitas vezes seu caminho bloqueado para a comunicação com a mente.
Se o coração opera em consonância com a mente, atos, palavras e vontade, começam a agir amorosamente através da intuição e as perguntas que geralmente fazemos sobre nós mesmos, a vida e universo começam a cessar, dando espaço a um silêncio transcendente, mas não a um mutismo, mas a algo invisível que é virtuoso e preenchedor. Compartilho amorosamente estas impressões advindas do meu Ser que é preciso antes de tudo, assumirmos o papel de aprendizes e não de professores. A partir daí o verdadeiro aprendizado começa a acontecer, pois a personalidade velha e falsa começa a desaparecer, dando início a um ciclo de vivência em contato consciente com a alma. Se amarmos a nós mesmos, conseqüentemente amaremos ao próximo e por fim, a Deus. Temos que provar a ele que este amor é real, através dos nossos atos, palavras, e ações – sermos coerentes com o que aprendemos nas provas que nos são apresentadas, vivendo-as com serenidade e desapego aos resultados de cada ação que fazemos. Se esta rendição à Deus for sincera e sem nenhuma sabotagem interna, os julgamentos mentais acerca da verdade e de tudo cessam, pois estaremos abertos a abdicar os velhos padrões mentais que condicionam nosso falso saber, nosso falso achar e sentir. Assim inicia-se um processo de ver o real por trás das aparências, por trás de tudo e de todos. Começaremos a perceber que não somos este corpo, esta mente, estes sentidos, e que somente o sentimento do Eterno é que é real, mas para isto devemos reafirmar esta entrega e fé absoluta a todo instante, vivendo-as.
Adriano Saran
Fonte: www.adsaran.wordpress.com
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